Tenho lido a obra completa de Paulo Leminski, tardiamente. Faço isso lentamente, às vezes voltando aos poemas anteriores, para relê-los com cuidado, sorvê-los com calma. Às vezes tenho postado um ou outro desses poeminhas no meu Facebook, como que a gritá-los aos quatro ventos, assinando embaixo. Afinal, fazia já um tempo que eu não lia um livro inteiro de poesia. Faz um tempo até que não produzo nenhum poema, talvez por eles saírem melhor de dentro de mim quando estou triste — e eu ando tão alegre e feliz! 😀 Quando eu terminar de ler este livro (pela primeira vez), vou fazer um daqueles posts com direito a serviço no pé, daqueles que entram na pastinha “Livros“.
Enquanto isso, divido hoje aqui no blog um dos poeminhas-sem-nome do livro, que já li há alguns dias e ainda me marca especialmente pela primeira estrofe:
“mesmo
na idade
de virar
eu mesmo
.
ainda
confundo
felicidade
com este
nervosismo”
***
Achei genial este “na idade de virar eu mesmo”. Ninguém sabe muito bem que idade é esta. Há aqueles que nascem com personalidade tão formada, que já se encontram moldados desde crianças. Há os que levam a vida inteira para descobrirem quem são e como são e do que gostam e seguirem com suas convicções minimamente coerentes. Eu mesma ainda não tenho certeza de quem sou ao certo, mas meu processo de autoconstrução já está quase todo completo há pelo menos uns sete anos. Terei orgulho de poder dizer a meus filhos e netos: “Sempre lutei pra ser eu mesma, integralmente, nas partes boas e ruins.” Quem gostar do quebra-cabeças formado, mesmo que borrado e mal-acabado, que siga ao meu lado nesta aventura chamada Vida.